O uso de coberturas sustentáveis é freqüente nos grandes centros internacionais, mas no Brasil a aplicação nos projetos ainda é incipiente.
Contudo, segundo o mestre em Meio Ambiente e Arquitetura Bioclimática, gerente de Projetos Sustentáveis, Henrique Sala Benites, já existe uma tendência para que os projetos de Arquitetura optem por soluções de cobertura com base em princípios técnicos a fim de reduzir seu impacto ambiental. O mercado da construção civil tem se mostrado cada vez mais sensível a essas questões e passa a entender que a construção civil gera muitos impactos ambientais não só durante a fase de obras, como também ao longo de sua vida útil. Com o aumento das certificações de edifícios, o uso deste tipo de cobertura aumenta.
Benites explica que ao selecionar uma cobertura para um projeto, o arquiteto e suas equipes envolvidas devem avaliar o contexto do projeto e seu entorno, quais os possíveis impactos que poderão ser gerados tanto na escala urbana quanto na edificação, como também o resultado estético desejado. A cobertura representa uma superfície de grande área em um edifício. Um de seus principais objetivos é proteger os ocupantes da ação do tempo (chuva, calor, ventos, etc.) bem como trazer privacidade. Quando pensamos apenas no edifício, uma cobertura bem projetada deve barrar a entrada de calor no edifício no verão, e no inverno evitar a perda de calor para o exterior. Ao tratarmos da escada urbana, devemos avaliar o efeito estético dessa cobertura e também os problemas que podem ser ocasionados. O uso de materiais e cores escuras acaba por reter o calor, que se transforma em radiação e é devolvido á atmosfera. Em situação urbana, o conjunto de coberturas e das ruas asfaltadas, mais a falta de vegetação, criam o que se denomina efeito ilha de calor. È fácil entender isso ao compararmos a temperatura no centro de uma cidade á de um parque.
Para escolha da cobertura em uma edificação alguns critérios devem ser observados. Para o mestre em Meio Ambiente e Arquitetura Bioclimática, Henrique Benites, é muito importante avaliar detalhadamente o edifício em que será instalada a cobertura (existente ou novo) e ao seu entorno. No caso das coberturas frias, as restrições são menores, mas é muito importante ater-se ao incômodo que pode causar a vizinhança um edifício com cobertura altamente refletante em edifícios mas altos no entorno. No caso dos telhados verdes, deve-se verificar a capacidade de carga da estrutura, considerando a presença de água armazenada no substrato e eventual cisterna de armanezamento. O sistema de impermeabilização deve ser muito bem executado por empresas de confiança e prever proteção anti-raízes, bem como uma drenagem adequada. Deve-se avaliar se esta cobertura será ou não transitável, se á água armazenada será direcionada para reuso, se o sistema será modular ou de camadas construídas in loco, e qual a inclinação. A previsão de manutenção do sistema também deve ser detalhada ainda na fase de projeto. E juntamente com a seleção das espécies vegetais, avaliar se será necessário prever algum sistema de irrigação ou não.
Vários são os tipos de cobertura que podem ser usadas para tornar o empreendimento mais sustentável. Um exemplo de destaque é a cobertura que consome CO2, como a que será usada no estádio Mané Garrincha em Brasília e o projeto do TJDFT (Forum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública do Distrito Federal), também em Brasília. Conheça os tipos mais relevantes as vantagens do uso destas técnicas, segundo Benites.
Fonte: SECOVI PR