Segundo o Global Property Index, site voltado para investidores imobiliários, o crescimento no preço médio dos imóveis no Brasil foi de 28,79% de 2010 para 2011. Some-se a isso o maior vigor do setor de construções e fica claro que o boom imobiliário brasileiro é acompanhado também de oportunidades para quem oferece serviços nas regiões beneficiadas.
Segundo dados do Sindicato da Habitação (Secovi), até dezembro de 2011 foram lançados 38.199 novos empreendimentos somente na cidade de São Paulo. Significa um crescimento de cerca de 40% em comparação com 2004 – isso mesmo com uma ligeira desaceleração na comparação com 2010.
Guilherme Bechara, empreendedor de Nova Friburgo (RJ), aposta no potencial dos novos conjuntos habitacionais. Em 2011, sua família já era proprietária de uma companhia de limpeza terceirizada que emprega mais de 200 funcionários. Observando os condomínios nos quais a empresa atuava, viu que também seria interessante prestar serviços de jardinagem a seus clientes.
Sem conhecimento na área, a empresa decidiu buscar uma franquia com essa expertise, a Eco Jardim. “Sem experiência, não poderíamos abraçar um mercado forte”, conta. Hoje, a empresa de jardinagem já trabalha completamente desvencilhada da de limpeza e presta serviços para clientes que vão de condomínios a chácaras e sítios. “É um serviço para o mercado AAA, não o B e o C”, explica Bechara. O empresário possui duas unidades da Eco Jardim no Estado do Rio de Janeiro, uma em Niterói e outra em Nova Friburgo.
Na hora de escolher a franquia, um diferencial que o atraiu foi o fato de a Eco Jardim possuir uma linha própria de produtos orgânicos. Segundo ele, a maioria das franquias da área trabalha com produtos químicos que podem afetar crianças pequenas e, pincipalmente, pets. “Em 90% das residências há crianças e animais domésticos. Para nós isso não é problema.” De acordo com ele, a marca se diferencia no mercado e ganha pontos ao demonstrar que é capaz de ter cuidados adicionais com os clientes.
Alexandre Silva, diretor comercial e um dos fundadores da franquia, concorda. “Se aplicamos um produto químico no jardim, temos que prender o cachorro da família por quatro horas. Se ele entra em contato com o produto, pode passar mal. Com os orgânicos isso não acontece. Mesmo se o franqueado errar a dosagem, ele não mata nem uma planta.”
Suporte
Outro diferencial que Bechara destaca é o suporte que a franquia oferece. “Em nenhuma outra enxerguei esse tipo de apoio, com biólogos, agrônomos e suporte administrativo”. Ele cita também o material de marketing. “Em Nova Friburgo, uma cidade pequena, a comunicação foi mais rápida. Já em Niterói é preciso ter mais paciência para esperar o resultado.”
Silva conta que antes de se franquear, em 2011, a Eco Jardim atuou por treze anos como loja independente em Porto Ferreira (SP). Após anos recebendo propostas de parceria de viajantes de outras cidades do País, decidiu formatar o conhecimento da loja para o modelo de franquia. Hoje, conta com 40 pontos em nove estados, com expectativa de expansão de 15% no próximo ano – principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Pelo investimento inicial baixo, de apenas R$ 12,5 mil, e por contar com suporte técnico, a franquia também atrai jardineiros de primeira viagem. “A empresa é um veículo com todas as ferramentas exigidas, mais notebook e celular. A parte administrativa, toda a parte financeira, de compras e prospecção de clientes está guardada aí”, resume Silva.
A franqueadora oferece tanto um curso presencial quanto outro à distância sobre o ramo da jardinagem, além de apoio administrativo. Silva afirma que os quadros técnicos da empresa realizam visitas regulares aos franqueados. “Depois de um mês de franquia, já tive uma visita do dono da marca e do gerente comercial”, confirma Bechara. Ele julga o apoio importante para um caso como o dele, que não tinha conhecimento sobre jardinagem. “Vi uma oportunidade de mercado e, mesmo sendo leigo, pude atuar na área”, diz.
Ele conta com um jardineiro fixo apenas ¿ está em sintonia com a média de uma microfranquia, que é de dois funcionários -, contratando temporários dependendo do nível de trabalho. O lucro varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil por mês.
Em casos de trabalhos maiores ou mais complexos, a franqueadora manda uma equipe para auxiliar os parceiros. “Em Brasília, um franqueado começou a fazer a manutenção dos gramados do Ministério da Aeronáutica e estava inseguro com aquilo. Isso mereceu um acompanhamento de perto”, explica Silva.
Possibilidades do mercado
“Hoje, existem condomínios com 600, 700 casas”, diz Bechara. Para ele, não só a área comum desses empreendimentos são ótimas oportunidades de negócios como também os jardins particulares. Ele diz que, uma vez prestando serviço para um condômino, se torna muito mais fácil chegar aos outros clientes potenciais.
Bechara conta também que, para não perder o investimento inicial em paisagismo, os síndicos de condomínios têm observado a necessidade de um serviço específico, que vá além dos cuidados que funcionários regulares podem oferecer. “Houve um condomínio, em Niterói, que gastou R$ 12 mil inicialmente em seu jardim e que já investiu mais R$ 12 mil para reestruturá-lo. Para não perder o investimento, eles têm de fazer a manutenção”, explica.
Em muitos casos, o jardim é feito precariamente pela construtora e começa a se deteriorar em pouco tempo, o que gera a necessidade de uma reestruturação. “Já pegamos casos de jardins até com entulho”, conta.
Silva explica que muitos franqueados têm sido contratados também para colocar em prática projetos paisagísticos de construtoras. A empresa também é preparada para atender a apartamentos, onde predominam os jardins internos e plantas de varandas, que sofrem mais com ventos e pragas. Além disso, mesmo revendedoras de imóveis vêm procurando os serviços das franquias para valorizar casas e apartamentos disponíveis.
Fonte: Jornal do Brasil.