A vista panorâmica pode encarecer um imóvel em 20%, mas torna-o mais fácil de vender;
Bastaram 24 horas para que os 44 apartamentos do condomínio Vistta Ibirapuera, localizado na zona Sul da capital paulista, fossem totalmente vendidos. Marc Hofling, diretor de Vendas da Gafisa, a construtora do empreendimento, atribui parte desse resultado ao aquecido mercado imobiliário. Porém, afirma que a forte procura foi motivada por um atributo que distingue esses imóveis de outros: a vista para o Parque Ibirapuera. “A vista é um objeto de desejo”, diz. “É um diferencial tão forte que, às vezes, o próprio empreendimento leva em seu nome a palavra ‘vista’, como nesse caso.”
Quem opta por abrir a janela de um imóvel e se deparar com um parque, um ponto turístico ou uma vista panorâmica, no entanto, paga mais. Fernando Sita, diretor da imobiliária Coelho da Fonseca, afirma que a vista agrega valor ao imóvel, da mesma forma que uma garagem fácil de estacionar ou o número de quartos. Por isso, diz, num mesmo edifício o apartamento com vista será mais caro que os demais. Hofling, da Gafisa, calcula que essa diferença de preços seja, em média, de 20%. “A vista é critério de desempate e de aquisição do imóvel”, diz Sita.
As vistas são mais cobiçadas pelo público da classe média alta, segundo Hofling. Assim, imóveis com preços a partir de R$ 300 mil têm a venda bastante condicionada ao que se vê pela janela. “Podemos perder o cliente se o imóvel não tiver vista”, diz.
Sita também afirma que imóveis com vista têm maior liquidez, que deve ser considerado na compra do bem, caso o objetivo seja vendê-lo posteriormente. Afinal, diz, reformas permitem fazer várias mudanças internas. “Mas um imóvel sem vista sempre será um imóvel sem vista”.
Fonte: IG